José Luiz
POMADA
Observar é um
dos meus hábitos preferidos, dentre tantos. Como diria um escritor amigo meu,
isso é mesmo uma forma de pesquisa. Gosto de olhar as pessoas na rua, nos
encontros sociais, no trabalho; aprecio analisar os comportamentos e também perceber
minhas próprias reações diante das mais diversas e adversas situações. Tenho me
atentado ultimamente pela inconstância de postura de algumas pessoas. Ao mesmo
tempo em que se postam como porta-bandeiras da temperança, do bom senso, podem
migrar com velocidade incrível para o papel de baluartes do radicalismo, não
poupando nada nem ninguém das críticas mais ácidas e vorazes, numa sanha abafada
por mágoas, ressentimentos e ódio, para logo em seguida retornarem, num lapso
de arrependimento, à carapaça do cordeiro. Uma verdadeira alegoria do
destempero. Essa conduta tem sido bastante comum, infelizmente. O pior é quando
se sentam confortavelmente num descomunal “rabo” para querer chamar a atenção
para a cauda alheia.
Todos têm
direito a emitir opiniões, mas devemos também estar preparados para o que têm a
dizer sobre nós. Por mais complicado que seja, é muito salutar saber lidar e
tirar bom proveito das críticas. É sinal de maturidade olhar as críticas com o
viés do aprendizado, o que nem sempre é fácil. Agora, recomenda-se que antes de
sair atirando para todos os lados, olhemos a direção de nossas próprias vidas e
como estamos conduzindo o leme de nossas embarcações. Quando apontamos as
feridas e mazelas é recomendável que a ponta dos dedos chegue besuntada de
pomada para colaborar na cura.
Sempre que
possível, olhar o espelho interior sem as nuvens e entraves que impedem de
enxergar o eu verdadeiro é prática benéfica: faz bem para gente e para quem
usufrui de nossa convivência.
É isso aí!
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