José Luiz

21:12 José Luiz 0 Comments





POMADA


Observar é um dos meus hábitos preferidos, dentre tantos. Como diria um escritor amigo meu, isso é mesmo uma forma de pesquisa. Gosto de olhar as pessoas na rua, nos encontros sociais, no trabalho; aprecio analisar os comportamentos e também perceber minhas próprias reações diante das mais diversas e adversas situações. Tenho me atentado ultimamente pela inconstância de postura de algumas pessoas. Ao mesmo tempo em que se postam como porta-bandeiras da temperança, do bom senso, podem migrar com velocidade incrível para o papel de baluartes do radicalismo, não poupando nada nem ninguém das críticas mais ácidas e vorazes, numa sanha abafada por mágoas, ressentimentos e ódio, para logo em seguida retornarem, num lapso de arrependimento, à carapaça do cordeiro. Uma verdadeira alegoria do destempero. Essa conduta tem sido bastante comum, infelizmente. O pior é quando se sentam confortavelmente num descomunal “rabo” para querer chamar a atenção para a cauda alheia.

Todos têm direito a emitir opiniões, mas devemos também estar preparados para o que têm a dizer sobre nós. Por mais complicado que seja, é muito salutar saber lidar e tirar bom proveito das críticas. É sinal de maturidade olhar as críticas com o viés do aprendizado, o que nem sempre é fácil. Agora, recomenda-se que antes de sair atirando para todos os lados, olhemos a direção de nossas próprias vidas e como estamos conduzindo o leme de nossas embarcações. Quando apontamos as feridas e mazelas é recomendável que a ponta dos dedos chegue besuntada de pomada para colaborar na cura.

Sempre que possível, olhar o espelho interior sem as nuvens e entraves que impedem de enxergar o eu verdadeiro é prática benéfica: faz bem para gente e para quem usufrui de nossa convivência.
É isso aí!

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