José Luiz
DOR
Dia destes tive
uma experiência de dor que me levou a uma reflexão. Fui acometido por um
problema no dente que me deixou meio extenuado, mercê à ajuda alheia. Nessas
horas, você se coloca no devido lugar, na pequenez que nos é natural (ou ao
menos deveria ser). Você clama por alguém que possa minimizar seu sofrimento. O
dentista, até então um ser “abominável”, passa a ser o mais belo dos seres,
amei meu dentista como nunca esse dia. Em momentos assim, percebemos o quanto
somos dependentes, vinculados ao semelhante, carentes até.
Fiquei
imaginando os homens poderosos, aqueles que, historicamente, pensavam estar
acima do bem e do mal. Nessa hora, os domínios são limitados, são reduzidos a
um mero recolhimento, em que você busca simplesmente a diminuição da dor. Isso
nos leva a uma constatação óbvia: ninguém é maior que ninguém, todos vivemos
numa rede inacabável de relações de interdependência. Podemos criar, sermos
empreendedores, botarmos banca em tudo o que fazemos, mas fica a certeza de que
nada se constrói sozinho, de que nada somos sem a companhia e a colaboração do
outro. O ser humano, por sua natureza, é um ser cooperativo, que realiza e faz
acontecer a partir de suas convivências. Tudo está vinculado ao semelhante,
dele depende o sucesso e o fracasso. Assim, fundamentar o respeito ao próximo é
a máxima que deveria nortear nossa existência. O princípio fundamental da ética
está implícito em todas as grandes religiões que dizem invariavelmente que
devemos “amar o próximo como a nós mesmos”.
É isso aí!
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