José Luiz

11:02 José Luiz 0 Comments



DOR

        Dia destes tive uma experiência de dor que me levou a uma reflexão. Fui acometido por um problema no dente que me deixou meio extenuado, mercê à ajuda alheia. Nessas horas, você se coloca no devido lugar, na pequenez que nos é natural (ou ao menos deveria ser). Você clama por alguém que possa minimizar seu sofrimento. O dentista, até então um ser “abominável”, passa a ser o mais belo dos seres, amei meu dentista como nunca esse dia. Em momentos assim, percebemos o quanto somos dependentes, vinculados ao semelhante, carentes até.
        Fiquei imaginando os homens poderosos, aqueles que, historicamente, pensavam estar acima do bem e do mal. Nessa hora, os domínios são limitados, são reduzidos a um mero recolhimento, em que você busca simplesmente a diminuição da dor. Isso nos leva a uma constatação óbvia: ninguém é maior que ninguém, todos vivemos numa rede inacabável de relações de interdependência. Podemos criar, sermos empreendedores, botarmos banca em tudo o que fazemos, mas fica a certeza de que nada se constrói sozinho, de que nada somos sem a companhia e a colaboração do outro. O ser humano, por sua natureza, é um ser cooperativo, que realiza e faz acontecer a partir de suas convivências. Tudo está vinculado ao semelhante, dele depende o sucesso e o fracasso. Assim, fundamentar o respeito ao próximo é a máxima que deveria nortear nossa existência. O princípio fundamental da ética está implícito em todas as grandes religiões que dizem invariavelmente que devemos “amar o próximo como a nós mesmos”.
        É isso aí!

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