José Luiz

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JARDINEIRO

Paciência: eis a palavra certa nos momentos incertos. Nos instantes de turbulência, em que as coisas parecem desmoronar, é preciso deixar o coração limpo, a alma pacificada, para que não sejamos domados pelas nossas emoções em desordem, em estado de efervescência. Coisas que, aparentemente, podem ser resolvidas com calma ganham importância demasiada e beiram ao caos provocado pela nossa própria instabilidade emocional. Isso vai desde um pequeno conflito familiar até uma crise instalada numa grande empresa, ou até mesmo em questões diplomáticas entre países. Paciência não é sinônimo de omissão, muito menos de letargia ou preguiça. Sempre que agimos movidos pelos ímpetos e arroubos da raiva ou apressados pela química provocada pela sofreguidão causada por algum conflito, invariavelmente botamos os pés pelas mãos, ou seja, quase nunca tomamos as decisões acertadas, muito menos proferimos as palavras que promovem a cura do problema.

Exercer o dom da paciência é ser feito jardineiro. É ter esperança na flor que certamente vicejará e num futuro próximo. Enquanto espera, prepara a terra, cuida do jardim, regra as plantas, não deixa faltar os nutrientes que certamente colaborarão na chegada singular das flores. Daí, resta-nos apreciar a formosura, o perfume e o encantamento que delas vigora.

Somos severamente parcimoniosos na quantidade de amar e confiar, mas esbaldamos suspeitas na hora de relacionamentos com o outro. Comedidos que somos, como muitas vezes convém, ficamos avexados em ter de depositar algo que pode afetar nossas vidas nas mãos de alguém. É o preço que se paga pela convivência humana. Estamos todos emaranhados numa gigantesca rede em que as linhas dependem umas das outras para permanecerem ligadas e fortes. Sozinhas, são nada, são fracas.

É isso aí!

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