José Luiz
CALEIDOSCÓPIO
Eu sou uma vírgula no contraponto de uma oração coordenada e desordenada. Sou feito de sonho e da areia que compõe a ampulheta que marca o tempo do cosmos. Sou desatino e desvario consciente e inconsequente, debaixo das pedras e rochas que se juntam ao alicerce que sustenta a morada em que ousei edificar a minha história. Venço as marés e as turbulências, rendendo-me aos menores sorrisos, fazendo-me criança, emudecendo a voz da maturidade fria. Quero mais que cumprir tarefas sem sentido. Quero propósitos que façam jus à existência de um homem. Espero contar com os abraços dos braços que me cercam e até dos que distam léguas, virtuais, como todas as ilusões.
Quero poder dizer o que penso, expressar o que sinto, fazer crer que não minto, gritar meu manifesto de amor. Inundado pelos sentimentos que me arrebatam, encorajo-me, cumpro meu papel, escrevendo minhas impressões em papéis que quase nunca imprimo, vão para as mãos dos que me leem. Vivo à mercê, prazerosamente, dos que dialogam comigo no silêncio fértil da leitura. Ouso fazer poesia em prosa, na escrita contínua dos aparentes grilhões dos parágrafos, pois na prosa que travamos toda semana, muito aprendo do pouco que compartilho.
Aos poetas, mesmo que nunca escrevam, mas vivem a provocar os sentidos no seu melhor, os que enxergam a vida num prisma multicor, num caleidoscópio que muda de forma, mas nunca perde o encanto, o meu respeito. Sigam pela vida esparramando os bons presságios que sua companhia favorece. Que bom tê-los vivos e criativos.
É isso aí!
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