José Luiz
Tempo Bom
É muito bom viver este período do ano. Há um estímulo renovado, um clima de afetividade tangível. As pessoas amenizam o olhar, aliviam as tensões, ficam mais maleáveis, mais amorosas. Gosto de ver o movimento das lojas, os pacotes de presentes, a organização das ceias, as combinações entre os familiares, as árvores enfeitadas, as luzes dando sinal de esperança. Tem uma minoria que insiste em manifestar repúdio a este tempo porque se lembram dos entes que se foram. Gente, cá entre nós: se há festa na Terra, certamente tem regozijo no céu. Deveríamos festejar também por aqueles que amamos tanto e que, enquanto estiveram entre nós, compartilharam conosco desta alegria de celebrar em família.
Nesta época, os sorrisos se alargam, as pessoas se encontram e se reencontram. Em famílias numerosas, é a única ocasião do ano em que todos podem realmente permanecer juntos. É barulho de menino correndo de um lado para o outro. As mulheres se organizam na cozinha, preparando os melhores pratos. Os homens ajeitam o churrasco e jogam bastante conversa fora. Neste clima de amenidades, encontram tempo para orar em família, agradecer os tempos idos e pedir saúde e paz para os vindouros. Em todo encontro que se preze, também não pode faltar o tradicional chato que sempre tem uma brincadeira fora de hora, mal colocada, para deixar bronqueado este ou aquele. Mas, como o ser humano se adapta a tudo, a gente vai se acostumando também a lidar com os disparates de um inconveniente e levamos tudo no laissez-faire. As causas que escoram nossa união são bem mais fortes.
É bom demais ter família. Afinal, tudo o que somos, somos por causa dela. Arranjo sempre desculpas para fazer jeito do povo todo lá de casa se encontrar. Seja uma pamonhada ou o aniversário de um dos meninos. Não importa o motivo engendrado, o importante é a celebração e o fortalecimento de nossos laços.
É isso aí!
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