José Luiz

22:47 José Luiz 0 Comments

SORRISO QUE COBRE O MUNDO

Diga-me uma coisa: o que há de mais belo que o gargalhar de um bebê? Imagine os sons, a imagem daquela boquinha sem dentes, os olhinhos miúdos se fechando num sorriso que cobre o mundo. Impressões aparentemente triviais, comuns, cotidianas, trazem frescor às relações, colorem a vida, arejam os espíritos. Nada burila mais nossa alma que uma singela e bucólica cena de convívio familiar. É o que move o mundo. A energia motriz que impulsiona, faz as pessoas acreditarem, trabalharem, persistirem na labuta, é a sagrada relação familiar. Força que dinamiza, que faz com que as pessoas tenham por que lutar, produz sentido absoluto em nossas vidas. Uma criança que nasce é a esperança de que a humanidade ainda tem jeito, é a prova de que o Criador ainda persiste na confiança no ser humano, apesar das atrocidades que o homem comete, das barbáries, das injustiças. Dentro de cada ser, mora uma criança cheia de alegria, de pureza de intenções, de ausência de malícias; aquela mesma criança que deixamos escondida ao longo dos anos; aquele menino ou menina que fomos que sorria com a lagartixa, que pulava no colo da mãe, que dava flores à professora, ainda deixa resquícios dentro de nós, fagulhas de sua existência teimam em não se apagar. Deveríamos resgatá-la, fazê-la florescer, vir à tona. Hoje, cheios de si, deixamos adormecida esta criança que nos faz gente melhor.

Conviver em família é privilégio demais. Saboreemos este presente primoroso. Passamos naturalmente por contrariedades, o que é próprio do convívio de diferentes, pois, por mais que nos amemos, somos cada qual uma obra exclusiva, irrepetível, com pensamentos e desejos distintos. Como pais, temos que ter posições ternas, porém firmes, que o nosso “não” seja “não” e nosso “sim” seja cumprido. No fim - no meio, no começo - a relação de amor compensa tudo. A cumplicidade voluntária, a entrega total e irrestrita, deixa a família em primeiro estágio nos degraus dos afetos. Usufruamos com sabedoria este dom.

É isso aí!

0 comentários: