José Luiz
Vaidade
Aprendi com minha saudosa mãezinha que um pouco de vaidade não faz mal a ninguém, tal qual canja de galinha. Ela, na sua jocosa simplicidade nordestina, nos ensinou que a gente precisa gostar de si mesmo, precisa ajeitar-se, perfumar-se, aprontar-se para encarar a vida com mais altivez. Não que devêssemos olhar os outros com empáfia e orgulho, mas sim que em primeira instância demonstrássemos confiança em nossas potencialidades e que isso seria uma forma de conquistar espaço na vida e, respeitando os outros, teríamos como retorno o respeito em dobro. Na contramão deste pensamento, há aqueles que vivem se escondendo atrás de suas próprias negações inférteis e se arvorarem a dizer que não possuem nenhum tipo de vaidade. Vivem a se proclamar humildes carregadores de piano, mas nutrem uma vontade louca de serem muito mais, de assumirem a orquestra, mas falta coragem, ousadia.
Não há nesta vida quem não seja pelo menos um pouquinho vaidoso. A vaidade, como força motivadora, leva para frente, abre caminhos. Ela não pode, de jeito nenhum, se transformar numa coisa doentia, psicótica até. Não podemos deixá-la ser confundida, pelas nossas próprias ações, com soberba e vontade extrema de estar em evidência, isto tem outro nome: egocentrismo. Agora, quando se faz algo que mereça notoriedade, isso acontecerá de forma espontânea, porque você estará sempre lá para usufruir dos frutos de seu trabalho e dos méritos que lhe cabem. Ai do mundo se os grandes que pisaram por aqui tivessem se escondido, com medo de serem chamados de vaidosos. A luz foi feita para brilhar, não só para produzir calor localizado, nem para ficar debaixo de uma vasilha.Decididamente, queira se apresentar bem, não tenha receio de expor-se no seu melhor, nem se detenha por medo das críticas: elas virão de qualquer jeito. O que deve ser valorizado são as conquistas que certamente advirão de seu trabalho. Tudo aquilo que te incumbirem de realizar, dedique-se com afinco e boa vontade e, se possível, faça mais do que te pedem. A recompensa virá a galope, como um cavalo com um arreio de oportunidades que o gratificarão pelo desempenho acima do esperado.
É isso aí!
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