MATUTANDO... POR QUE A NECESSIDADE EM DISPUTAR O TAMANHO DA DOR?
Não consigo entender essa necessidade latente de minimizar a dor do outro e colocar nossas próprias dores em primeiro plano. Quando alguém compartilha sua experiência de bullying, por exemplo, logo surge alguém que se sente compelido a relatar uma história ainda mais trágica, como atentados, torturas ou humilhações.
Essa atitude pode ser devastadora. Um simples comentário como "não foi apenas você quem sofreu isso" pode deixar a pessoa se sentindo isolada e sem apoio. Quando alguém abre seu coração e compartilha sua dor, precisa de compreensão, acolhimento, um abraço ou um pouquinho de atenção.
Nossos ouvidos e nossa atenção podem ser bálsamos que aliviam a intensidade da dor. Não podemos medir a intensidade dos sentimentos alheios, nem tentar diminuí-los ou desvalorizá-los. A dor é uma experiência subjetiva e única, e apenas quem a sente pode compreendê-la em sua plenitude.
A empatia não consiste em sentir a dor do outro, posto que isso é impossível. Em vez disso, precisamos tentar entender o quanto o outro precisa do exercício resiliência e uma descomunal força emocional para superar suas dificuldades, lutar contra seus próprios fantasmas. Nunca é apenas uma questão de mera "frescura" ou "falta de fé".
Ao invés de competir com as dores alheias, devemos buscar compreender e apoiar uns aos outros. Esse é o melhor caminho!
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