QUASE
A palavra quase faz referência a algo que está bem próximo, ou alguma coisa que poderia ter acontecido, mas não foi. Na vida, quem vive no quase não viveu. Apenas finge participar de um enredo que sempre para no meio do caminho, pois o medo, a dúvida, ou até mesmo a preguiça e o desânimo, falam mais alto e impedem de obter o sucesso. “Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.” As palavras de Sarah Westphal expõe com nitidez que as pessoas que não se encorajam na vida se perdem pelo caminho e não prosperam em nada, justamente pela ausência da entrega.
“Embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.” Não podemos pretender isso para nossos dias, na impressão de que vivemos como zumbis, sem expressão, apenas repetindo velhos gestos, sem ousadia, sem aventura, sem risco. Experiência é aquilo que vivemos novo a cada dia, mesmo que reproduzindo antigas fórmulas, mas que venham com o frescor da novidade, com a expectativa do novo. Pessoas que simplesmente repetem, feito máquina, velhas atitudes, não podem ser chamadas de experientes, mas sim de acomodados seres que temem, sentem pavor pelo que há de novo e vivem como cópias mal ajambradas de si mesmas, daquilo que sempre fizeram, simplesmente envelhecendo a alma. Quando não consegue chegar, mas envidou todos os esforços, empregou o melhor naquilo que acreditava, valeu a pena. Isso não é derrota. É fazer parte do show, é apresentar-se para a vida.
É bíblico que não sejamos mornos. Pessoas mornas não se envolvem, não se entregam, não causam impacto em nada que fazem. Assim, não deixam suas marcas no mundo. É preciso mais que simplesmente provocar calor, é preciso fazer irradiar a luz que emana de cada um. Quase é parente da metade, aquela que nunca chega a lugar algum. Ou se é por inteiro, ou é melhor nem ser. Não se pode contentar com coisas pela metade, sem completude, sem inteireza, sem plenitude. Há aqueles que não querem filhos, não querem riscos, não gostam de aventuras. Assim, vivem vidas insossas, desprovidas de sabor, distantes da possibilidade do beijo que renova o espírito, do empreendimento que alavanca, da iniciativa que faz andar pra frente. O intervalo entre o sucesso e o fracasso está justamente na sua capacidade de poder escolher entre um e outro, ir ou parar, rir ou chorar, reclamar ou acreditar. Ficar resmungando e jogando a culpa de seus próprios fracassos nos outros de nada adiantará. Muito triste não ter história para contar, música para cantar, ritmo para dançar. Vivamos!
É isso aí!
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