MERGULHAR
Você já reparou que tem gente que tem medo do sucesso? Não encaram certos desafios alegando não estarem preparados. Na verdade se a oportunidade bateu à sua porta é justamente porque quem bateu o considera mais que pronto para assumir a missão. O que falta, às vezes, é coragem para enfrentar o novo. Certamente a vontade existe, o desejo de viver novas experiências fica latente, mas paira sobre as mentes divididas a dúvida por ter de tomar decisões, por ter de conduzir um “comboio”. Aí, nesta hora pesa o fardo da responsabilidade. Responsabilidade independe do tamanho do encargo. Quem a possui, exerce-a em qualquer circunstância. É preciso correr riscos na vida. Viver é sinônimo de aventura e risco. Quando se vai adiante em uma tarefa, muitos podem duvidar de sua capacidade de realizá-la, porém só você conhece verdadeiramente seu potencial e, desta forma, deve ter força, entusiasmo, para prosseguir. O tempo se encarrega de encaixar as peças que precisam de ajuste, de alguma unção, desde que você dê oportunidade a si mesmo. Por medo, muitas mentes brilhantes deixaram de ofertar seus dons à humanidade. Sorte nossa que outros tantos não quiseram escapar de suas missões. Já pensou se os grandes nomes da humanidade fugissem de suas missões e não quisessem correr riscos?
“Cada um de nós compõe a sua história. Cada ser em si carrega o dom de ser capaz...” O poeta transcreve em seus versos toda a essência do que representa nossa passagem por este mundo, deixando marcas e impressões por todo canto que passamos. Temos ainda tanto a fazer, tanto a aprender. Que não percamos nenhum segundo, desperdiçando precioso tempo com ocupações escusas ou contraproducentes, deixando a mente vagar por turbulentos pensamentos ruins. Que façamos valer cada fagulha de vida que nos é creditada. É o mínimo que se espera de cada um. Que mal tem em se arriscar, em viver a doce ousadia de se jogar na vida, em se atrever a ir mais longe, em se encorajar num mergulho intenso em tudo o que faz? Vida morna, sem qualquer risco, é passar em brancas nuvens e não ter experimentado o sabor das coisas, das alegrias, das dores, dos sucessos e das quedas. Prefiro ter histórias para contar a viver lamentado não ter tentado nada. Um livro com páginas brancas perde seu valor. Vitoriosa é a vida de quem se entregou na totalidade, de quem venceu o medo, de quem se encorajou a enfrentar os duros percalços da caminhada.
Ao se colocar a caminho, é preciso saber de que espinhos surgirão, dificuldades chegarão e agruras inevitáveis farão parte da história construída. Mas, também tantas alegrias certamente comporão o tecido da existência. A alegria maior em ter se proposto a viver sem ressalvas, mas com responsabilidade, claro. A responsabilidade que não promove entraves, que não impede os avanços, mas que abre caminhos e sedimenta os passos nossos. Tudo tem seu tempo. Semeando, cuidando da terra, certamente a colheita será abundante. Para isso tem de ter desejo de plantar, sonhos para acalentar, vontade de realizar. O plantio é opcional, mas a colheita é inevitável. Colhemos o que plantamos. Aquilo que nos encorajamos em viver. A vida é um palco onde os atores cumprem seu papel e vão apresentando seus enredos. Quem se esconde, fica fora do espetáculo. Podemos até errar por nossa coragem em se atirar, porém nunca viver o lamento por carregar o remorso de nunca sequer ter tentado, motivados por nossa covardia ou omissão. Aí, é perder para si próprio. É perder antes até mesmo do apito inicial. É perder por antecipação. Isso sim é coisa de derrotado.
É isso aí!
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