MINHA TERRA

11:25 José Luiz 0 Comments



Minha terra, meu amor, o meu sossego

Onde a vida vai e vem, corre mais lenta

Um bem querer, uma paixão, o meu apego

Na quietude do sereno, a paz me tenta.


As serestas, cantoria em madrugadas

A benzedeira, uma reza, uma oração

As folias, capoeira e as congadas

E os artistas burilando a emoção.


Cachoeirinha, roda d’água, uma saudade

Cisco, ribeirão de tanto banho e pescaria

No Pântano, água clara de verdade

Vai beijar o grande rio todo dia.


O leite alimenta, enriquece e abençoa

Nas mãos do homem, o calo e a lembrança

Um fruto doce, ostentando sua coroa 

Vai! Pega! Junta a carga e a pujança 


O Rio Grande poderoso traz a luz

Traz o peixe, a mansidão e o descanso

Nossas barcas, que em seu leito ele conduz

No pulsar, no compasso do remanso.


Carro de boi, quanta coisa já levou

Hoje carrega a nostalgia de uma era

Que o carreiro paciente ressoou

Com seu canto, um gemido, uma espera.


Rama adocicada, o melado, a rapadura

Mostra a alma de uma terra abençoada

O trabalho, o bóia-fria, a vida dura

Não emperra, não impede a caminhada


Professorinha, que caminha e que ensina

Meninos com embornal e um caderno

Lá de longe dá pra ver: “que bela sina!”

Uma missão que é parceira do eterno.


O balaio, o canivete, a pinhola

O vaqueiro grita o gado pelo nome

O pandeiro, o tambor e a viola

Uma voz que o tempo não consome.


Seu povo, sua gente, grande bem

Faz da vida, uma bendita doação

Na calmaria do seu jeito, vai também

Abraçando o que chega como irmão.

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