LENHA PARA QUEIMAR

09:41 José Luiz 0 Comments



A vida é boa. É boa porque ainda tem rosa para plantar, tem pão de queijo para comer, tem livro para ler, tem rede para deitar. Vale a pena insistir nessa coisa toda porque ainda há amigos para de vez em quando poder discordar, tem beijos recolhidos para serem dados, tem chinelo de dedo, tem chão para pisar. Essa loucura destemperada chamada vida é urgente, pois me vem a certeza de que ainda há lenha para queimar, há sonhos para se alcançar, há estrada para caminhar.

Quero insistir o tanto que der, quero pelejar até a última gota de suor, quero esperar a espera do jardineiro, quero ter tempo para apreciar o tempo. E quando não der mais, que eu diga que foi possível chegar até onde deu para chegar. Certo que haverá a sensação da perda, mas não a frustração da omissão, a triste impressão de nada ter feito por nunca ter tentado. Que as nuvens sejam chuva, que a canção saia da garganta, que a lágrima brote quando tiver de vir. 

Há pessoas que me inspiram, que me instigam, que me ensinam. Essa gente que me estimula, por amor, vive a me jogar para frente. Permite-me o ajustamento, a superação. Grato porque não pedem nada em troca. Simplesmente são.

Inundado pelas dúvidas que cabem a todo ser que pensa minimamente, que eu me permita mudar, desviar as rotas, desviar das rotas, tentar novas expectativas, experimentar novos sabores. Que os carrapichos que se prenderam a mim na caminhada sejam percebidos e eu não me acomode à dorzinha que eles provocam, mesmo que as dores da mudança façam-se necessárias e sejam talvez maiores. Que eu não fuja de mim mesmo, nem de minhas aspirações e que seja capaz de preparar o terreno para que elas prosperem. 

É isso aí!

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