CINQUENTA

19:42 José Luiz 0 Comments


Quando se completa 50 anos é que se percebe com maior clareza, de forma mais cristalina e límpida, o quanto é certa a brevidade da vida, é efêmera a existência e que somos meros passageiros num comboio cheio de tudo, chamado vida. Olha-se para os lados e se percebe já um quase idoso, alguém com mais passado que futuro, um ser com corpo um pouco gasto pelo tempo e a mente ainda em formação. Ninguém se enxerga com 50. Por mais que as rugas e cabelos brancos já ocupem a imagem no espelho, ainda teima em fazer graça o menino marrento e brincalhão de uma infância feliz que nunca sai da gente. 

Agora, no alto de meus cinquenta anos, quero e preciso me refazer, caso contrário corro o risco de ficar contando os dias até a morte, apenas aguardando o fim chegar mais perto. Preciso reacender o desejo de fazer ainda mais, apesar das forças já não serem as mesmas do fulgor da juventude; preciso botar fogo neste coração para que anseie viver novas perspectivas e esteja aberto a emoções diversas; preciso aproveitar esta mente mais experiente, consciente e calma para viver melhor, com desejos renovados, com expectativas ressurgidas. Já não tenho a afoiteza de anos passados, mas tenho a robustez de uma alma mais equilibrada e certa do que pretendo neste segundo tempo da vida. Que eu saiba aproveitar melhor os amigos e amigas, que consiga explorar melhor cada dia presenteado, que eu possa amar com mais temperança, porém com mais fervor. 

E nestes dias que ainda restam - espero que tantos, eu possa viver tempos melhores, com menor número de preocupações e maior espaço para as pequeninas coisas, aquelas que emprestam verdadeiro sentido à existência. Para isso, conto muito com você que me cede o coração de vez em quando na leitura de meus escritos.

É isso aí!

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