ROMÂNTICOS

13:09 José Luiz 0 Comments



Vivemos em uma era que o romantismo perde espaço para a sofreguidão, para a pressa e o desejo de ver as intenções realizadas em prazos mínimos. Queremos as coisas para ontem, considera-se perda de tempo dedicar um pouco mais de atenção e tentar burilar com mais cuidado as relações. Nem falo dessa coisas de abrir portas ou outros costumes que sempre estigmatizaram o romantismo. Não faço apologia ao machismo, menos ainda à condição de submissão feminina. Falo da possibilidade do elogio, da cumplicidade, da troca de olhares furtivos em meio às turbulências.

Os românticos são tolos, diriam alguns. Choram fácil, riem fácil. O romântico é uma espécie em extinção. Há uma notória escassez de gentileza, uma precariedade na troca de afagos. Tudo é feito na base do afogadilho, com pressa, sustentado no desespero cada vez mais contrário à esperança.

Costumamos ser fartos na crítica, na acidez de comentários doídos, e econômicos nas palavras que erguem, aquelas que de, tão gostosas, fazem cócegas na alma. Seria bom deixar-se guiar pelos compassos ritmados - nem sempre - do coração, pela sintonia doce do afeto sincero num olhar de bicho de pelúcia, destes bem brilhantes que fixam no rumo da gente, dedicando quase uma admiração filial.

Romanticar é o verbo. Um neologismo proposital, meio Guimarães Rosa, carregado dos significados amplos de um viver repleto de intenções saborosas, posto que vem encharcado de sentimentos compreendidos pelos românticos, quase sempre só pelos românticos que vivem em constante estado de poesia.  

É isso aí!

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