TOLERAR É AMAR

15:49 José Luiz 0 Comments



Tolerância é o ato de ter condescendência com algo que não pode mudar; é aceitar o diferente; respeitar o contraditório, conceder ao outro o direito de pensar diferente. Para viver em sociedade, termos convivência saudável, é primordial exercitar a tolerância. Há que se tolerar em diversas frentes das relações travadas pelos seres humanos. Há pessoas, infelizmente, que só aceitam aquilo que é espelho, aquilo que se aproxima de suas crenças, posicionamentos políticos, ideológicos, existenciais. Esses pensamentos levaram a humanidade a vivenciarem grandes conflitos mundiais, conduziram a genocídios, guerras, sofrimentos humanos trágicos.

É preciso desenvolver em si a aceitação ao pensamento diferente. Não precisamos necessariamente concordar com o comportamento alheio, mas, cabe a mim, no mínimo respeitar a forma com o que a pessoa se posiciona na vida, em todos os aspectos: religioso, social, humano. A tolerância deve ser exercida em todas as nossas relações: na família, no trabalho, na escola, em todos os campos sociais. Infeliz aquele que não consegue conviver com as diferenças. A única coisa que há em comum entre os seres é justamente a diferença. É uma virtude das mais belas, uma qualidade do ser. Não há nada que nos permita ou nos dê o direito de depreciar as pessoas pelo que elas acreditam, professam, vivem... “Ah, mas o modo de pensar da pessoa é errado.” Quem disse? É errado segundo seu ponto de vista. Ninguém é senhor absoluto da verdade. O próprio cristo ensina que o amor deve prevalecer. E o amor, segundo Paulo apóstolo, é paciente, não guarda rancor, nem se envaidece. Tolerar, assim, é uma forma expressiva de amar, de vencer o fanatismo, de superar a ignorância e o preconceito.

O homem, ou  a mulher sendo tolerantes, não quer dizer que aceitam tudo, que vivem na passividade, na omissão. Pelo contrário, vão ao encontro do outro para tentar compreender melhor, conviver melhor. Pois, quem tem certezas demais, sabe de menos. Teimosia, radicalismo só fazem mal, provoca discórdia, alimenta ódios. E destes pequenos ódios, pequenas ações de intolerância, é que nascem grupos radicais que matam, aprisionam, espancam pessoas que pensam ou agem de forma diferente àquilo que julgo ser o certo. Se todos, em todos os cantos deste mundo, exercessem a tolerância, este planeta seria um lugar bom demais para se viver. Isso não quer dizer que seremos todos submissos. Mas, sim pessoas que aceitamos com respeito o outro da forma como ele é. 

A tolerância pode ser passiva ou ativa. Quando digo que aceito o outro, porém o quero distante, ajo passivamente na minha tolerância. Quando digo que aceito o outro e convivo amigavelmente, acrescentando em mim as coisas que posso me apropriar daquilo que há de bom no outro, assim ajo de forma ativa. Como educador, digo categoricamente, que a melhor lição a ser ensinada é a virtude da tolerância. Aqueles que fazem com que tenhamos de exercitar a tolerância ao extremo são nossos melhores professores, nos ensinam a agir diferente, a agir com amorosidade redobrada. A sabedoria tão almejada nos ensina a tolerar mais e julgar menos, condenar menos. Perdoar mais, compreender mais. A tolerância é a ciência da paz, a capacidade de usar sua inteligência no maior grau, discordando de muitas coisas, mas com elevado grau de compreensão e tolerância, aceitar o agir e o pensar uns dos outros. 

Exerça a tolerância inclusive com quem o ofende, e o tenta machucar. Sua tolerância o fará entender que o erro da agressão pertence ao outro, a atitude desproporcional e cheia de ódio não pertence a você. Pobre de quem age assim. Não arraste para dentro do peito um sentimento ruim que não faz parte de você. O ser tolerante constrói pontes, e nunca muros que vivem a separar as pessoas. No afã de fazer prevalecer nossas ideias sufocamos o que o outro é, ou tenta ser. Não temos o direito de exigir, ou de querer, que o outro seja cópia de nós, clones mal feitos oriundos de nossos umbigos descomunais, de nossas vaidades desmedidas, de nossos egos inflados.

É isso aí!

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