MEDOS

09:54 José Luiz 1 Comments



Definitivamente, sempre não é todo dia. As coisas não podem ser tão monótonas a ponto de considerarmos tudo normal, trivial, comum. Uma vida que passa margeando a normalidade, sem nenhum arroubo, nem atos de ousadia, é uma existência que passa em branco, sem as cores de alguma emoção. Já dizia Francisco Otaviano que “quem passou pela vida em branca nuvem e em plácido repouso adormeceu, quem não sentiu o frio da desgraça, quem passou pela vida e não sofreu, foi espectro de homem, e não homem, só passou pela vida, não viveu”.
 
A dor é matéria prima da vida, ensina-nos a ser mais fortes. Não a endurecer o coração e esfriar o espírito, mas sim prepara-nos para o embate de desafios futuros. Tem gente que não arrisca sob pena de vencer e ter de assumir as responsabilidades que advém de qualquer avanço. Cada passo dado representa que caminhamos para a frente, mas que também deixamos algo para trás. É sempre assim. É preferível prosseguir que estacionar feito pedra que espera a ação do tempo para ser moldada.
 
Em mares revoltos é que se conhece a resistência, o valor da embarcação. Resiliência é a palavra. Insistir mesmo quando tudo conspira contrário. Persistir mesmo quando os ventos vêm de encontro ao rosto. A pessoa resiliente consegue compreender melhor as situações adversas, absorver os impactos, aprender com as quedas. Além de ter uma habilidade singular de convivência, pois consegue compreender o outro, não apenas por se colocar no lugar do semelhante, mas por ter aprendido a sentir o que o outro está passando. Por temer o fracasso, muitas vezes ousamos menos. Temos receio em perder, por isso não arriscamos ganhar. Vencer a nós mesmos, superar nossos entraves, transpor nossos medos, é o primeiro passo. Sigamos, então!
 
É isso aí!