OLHAR
Engraçado como as coisas são... cada um julga o outro com os rigores do próprio olhar. Para alguns, uma pessoa calada é humilde demais. Para outros, uma pessoa efusiva, alegre, é alguém com sanha de aparecer. Quase nunca podemos concluir com tanta pressa. Pode morar no peito de uma pessoa silenciosa um dragão que não consegue colocar para fora as rajadas de fogo e, ainda, habitar no coração de uma pessoa extrovertida uma mente limpa e cheia das melhores intenções.
Outra coisa. Bondade não é sinônimo de fraqueza. Não deixar o coração se contaminar por maldades alheias é força, é altivez de espírito, é altruísmo. O defeito de quem lança mão de maldades e ações peçonhentas pertence a quem os pratica, não à vítima. É difícil aceitar, para os duros de coração, que haja pessoas com índole assim. Seres pacíficos, não passivos, que elegem a boa intenção em primeira instância, que carregam sempre a palavra que irradia o bem, que cura, ou, ao menos, não faz esparramar a dor.
O pior é que as pessoas assim sofrem por, justamente, insistirem em ter atitudes generosas. Necessitam da alegria do outro para ter alegria também. Não se deixam contaminar pelo ódio, mesmo quando vilipendiadas ou injuriadas. Apesar de terem momentos de desgosto e aflição, como todo mundo, e de serem acometidos pela tristeza, tiram de si o melhor, elevam a alma, perdoam e seguem adiante. Nunca deixam a mágoa ser maior que seu desejo genuíno em praticar o bem. Não são tolos, como tantos imaginam. Lembram de tudo, mas sem sentimento de vingança ou retaliações. Simplesmente, lembram sem raiva. Vamos aprendendo com elas.
É isso aí!
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