Zé Luiz
VIAJANDO
A cada novo dia uma
página nova, pronta para ser rabiscada. Uma página a mais, um aproximar do fim
do livro. “O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa
vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.” O poeta traduz, com
simplicidade intrigante, o que representa viver. Quando crianças, sonhamos com
a maioridade, para perceber mais tarde que o melhor é ser criança. Agarramos ao
que já foi e nos esquecemos do porvir. Ter saudade até que é bom, mas nada de
fazer da saudade uma prisão, uma âncora que impede de prosseguir. Já dizia o
bom Guimarães Rosa que toda saudade é uma espécie de velhice. Tem quem tem
saudade de ter saudade, tal o apreço pela dorzinha gostosa de possuir
lembranças. E se amarram ali, emaranham-se ali, não vislumbrando o acolá.Dar os passos como se
tivesse passeando pela vida. Tônica de quem teima na capacidade de sonhar.
A
verdadeira riqueza reside na simplicidade. Assim, a brevidade da existência nos
aconselha a desfazer dos rancores e tentar se apegar mais ao intangível, o que
não tem preço, o que não se pega, nem se paga. Adiando tanto, pode-se perder o
fio da meada, o compasso do tempo e ser tarde demais. Há coisas que tem de ser
para ontem. Aproveitemos o tempo para viver melhor, trabalhando melhor, amando
melhor, sorrindo melhor.
Parece até um
atrevimento ficar querendo ponderar sobre certas coisas. Tem nada não.... Pode
me chamar de atrevido.
É isso aí!
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