José Luiz
ASCO E POESIA
Você
está num ambiente em que tudo parece conspirar a seu favor. Você está feliz,
cercado de pessoas queridas e o resultado de seus feitos são proclamados e
propagados. Eis que, em um momento tão singular, surge um “espírito de porco”
para tentar tirar seu contentamento e fazer amarelo seu sorriso franco. A
vontade, o ímpeto que brota nas vísceras, é combater com a mesma força negativa
e devolver, como num regurgitar, tudo o que a pessoa mereceria ouvir. Aí,
lembra-se do exemplo da planta que, ao receber estrume em seus pés, não devolve
cheiro fétido ou cores mortas ao mundo, mas sim faz brotar a esperança, o
frescor, o aroma e a beleza da flor. A flor vem personificar o resultado de uma
conversão metabólica primorosa de asco em poesia. Contidos os ânimos, não se deixando rebaixar ao nível miserável da conduta de quem
deseja claramente tirar de seu rosto uma estampa de alegria que incomoda,
prossiga esparramando sementes, sem se deixar dobrar.
O
mundo necessita de sua contribuição. Tem hora que vai incomodar por
simplesmente ser você... nada mais, simples assim. Não fique aguardando somente
o reconhecimento alheio. Vai ter um tempo em que ele poderá não chegar.
Mantenha ativa uma platéia interior que reconhece seu valor e faz íntegra sua vontade
de sempre praticar o melhor, o justo, o que te faz diferente, independente dos
aplausos e apupos que adviriam dessa boa ação. Viver implica em tomar posições,
promover escolhas, deixar marcas. Não arranje desculpas para desistir.
Apegue-se aos parcos motivos que o sustenta, se for o caso, para continuar persistindo
em seu caminho, edificando sua história.
É
isso aí!
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