José Luiz
CULTURA POPULAR
Quando se vê uma apresentação de um grupo de Catira ou de Congada, uma Folia de Reis, e até mesmo Capoeira, logo aparece alguém que torce o nariz, dizendo não gostar de coisas antigas, de manifestações populares. Talvez ajam assim por desconhecimento da importância destes conjuntos folclóricos na composição do tecido cultural de nossa gente. Ouvir os cantos, apreciar os passos, o balanço, o ritmo, o figurino colorido, as fitas, compondo um quadro pitoresco, barroco, nacional, faz-nos sentir mais brasileiros, intensos, ligados umbilicalmente às nossas raízes mais puras e firmes. Pense nos palhaços da festa de Reis, com suas espadas de madeira; na família real da Congada, com suas vestes brancas apinhadas de detalhes de todas as cores; nas batidas ritmadas das botinas gastas no velho catira; nas cantigas que moram somente nas cabeças dos integrantes que passam de pai para filho. Pense nas rezas, nas benzedeiras, na folha de arruda que tira o quebranto, nos costumes de um povo cheio de fé. São memórias que precisam ser preservadas. É cultura popular, são traços de uma nação multifacetada, plural, rica, única.
Nosso povo é cheio de arte, de expressões que contam sua história, sua formação, suas influências, suas origens. Ignorar essas manifestações seria renegar o próprio passado. É urgente dar luz a estes grupos, criar condições para que se apresentem, fazer com que nossas crianças conheçam e, fundamentalmente, compreendam a dimensão dessa riqueza, para que essas dignas demonstrações populares possam ser eternizadas, passadas adiante. Prestigiar os grupos folclóricos é um jeito próprio de valorizar nossa cultura, os contornos que formam a face de nossa gente. É necessário lançar um olhar sem os ranços escuros do preconceito. Creiam, há uma beleza distinta, especial, peculiar, em cada elemento que forma a arte popular. É só observar direito.
É isso aí!
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